A despedida
08-04-2021
A despedida
Luanda Cidade Sideral,
Com os seus moldes quase perfeitos,
Enchias a alma dos mais requintados,
Linda cidade da Africa Austral.
Não mais escutarás as vozes do povo,
Cheios de esperança com expressões bizarras,
Vivendo a alegria de chegar a um mundo novo.
Quando te abraçavam com alegres algazarras.
Encantadas passagens a indagar a tua baía,
Quando eu te amava, então jovem formosa,
Em tua marginal, o teu seio descobria,
Menina tropicana, sublime e charmosa.
De tope decotado, paradigma tropical,
Beleza infinita de fonte africana.
Igual a uma joia de encanto natural,
Jovem formosa, mulata, Murena.
Do passado vives as tuas saudades,
Dos teus filhos, as tuas tormentas,
Que nos factos das infelizes realidades,
Tuas tristes mágoas hoje lamentas.
Acordaste sucumbida au teu povo indócil,
Maltratada com atitudes de gente cretina,
Parecias robusta, mas ficaste tão débil,
Que foste violada ainda menina.
É duro o sentimento da batalha perdida
Quando em missão sempre se cumpre,
Mas finalmente chegou a hora da despedida,
Adeus Luanda, adeus, adeus até sempre.
De Albino Lima
